em Noticias

Após dois anos intensos de altas e baixas no cenário de vestuário nacional, o que o panorama atual tem a mostrar do desempenho da indústria de moda brasileira no primeiro semestre de 2022?

 

Coletamos dados de diferentes fontes a fim de mapear as dificuldades e oportunidades do setor para o segundo semestre do ano, que acaba de iniciar.

Para um melhor aproveitamento dos dados, vale relembrar os dados do setor em 2021, conforme dados da ABIT, “a indústria têxtil e de confecção teve faturamento estimado de R$ 194 bilhões em 2021. Crescimento, confirmada a estimativa, será de 20% em relação aos R$ 161 bilhões do ano anterior. Na comparação com 2020, a produção dos têxteis (insumos) aumentou 12,1% e das confecções, 15,1%. O varejo de roupas cresceu 16,9%. Porém, essa expansão não foi suficiente para voltarmos aos números de 2019, o último ano antes do advento da pandemia.”

A previsão da ABIT feita em janeiro de 2022 para este ano era de um crescimento setorial de 1,2% em 2022, ante 2021.

 

Panorama geral do mercado de vestuário no Brasil

Os dados abaixo foram pesquisados e divulgados pela IEMI 

  • O Brasil conta com 18 mil unidades produtivas com porte industrial; 
  • A produção de vestuário, meias e acessórios no Brasil alcançou 5,5 bilhões de peças em 2021; 
  • O consumo aparente aumentou em 2021 e atingiu 6,2 bilhões de peças; 
  • Deste total, 13% foi suprido por artigos adquiridos no exterior; 
  • A produção, em peças, apresentou alta em 2021 de 9,6% na comparação com 2020; 
  • O canal de maior relevância para a venda da indústria de vestuário, meias e acessórios foi o varejo especializado; 
  • O número de pontos de venda do varejo de vestuários diminuiu entre 2020 e 2021;
  • A principal região de consumo é o Sudeste, liderado pelo estado de São Paulo;
  • O grupo consumidor que mais gasta com o produto é o poder de compra B2/C. 
  • Os maiores fornecedores de vestuário, meias e acessórios para o Brasil foram a China, Bangladesh e o Paraguai. 

Grandes números da indústria, do mercado de vestuário, meias e acessórios no Brasil, em 2021, era composto por: 

  • 18 mil indústrias; 
  • 958 mil empregos; 
  • 5,5 bilhões de peças produzidas; 
  • R$ 150 bilhões em valores de produção (sell in)
  • US$ 155 milhões exportados; 
  • US$ 1,1 bilhão importado

 

Desafios 

No primeiro semestre de 2022 o mercado de vestuário encontrou dois principais problemas, a alta nas taxas de inadimplência e a inflação que prejudica na compra de matérias-primas e também na venda do produto com o consumidor final.

Conforme os dados divulgados pelo Valor Investe, em maio a inadimplência do crediário no varejo de moda chegou a 10,8%. O levantamento feito pelo Índice Meu Crediário, mede os níveis de inadimplência em cerca de 200 redes varejistas do país. Em junho o indicador de inadimplência recuou 1,51%, porém, outros dados ainda apontam na direção contrária.

Conforme informa a Istoé Dinheiro: “Em julho, 29% das famílias tinham algum tipo de conta ou dívida atrasada, o maior patamar de inadimplência desde 2010, quando teve início a série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) ”O porcentual de famílias endividadas subiu a um ápice de 78% em julho, um aumento de 0,7 ponto porcentual ante junho […] Em relação a julho do ano passado, a proporção de lares endividados teve um crescimento de 6,6 pontos porcentuais. A pesquisa considera como dívidas as contas a vencer em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e prestação de casa.”

O outro desafio da indústria em 2022 está linkado indiretamente ao primeiro. A inflação brasileira apresentou aumento no primeiro momento de 2022 e agora está se retraindo. Conforme o jornal Correio do Povo: “A inflação oficial de preços para os consumidores brasileiros fechou o primeiro semestre de 2022 com alta de 5,49%, de acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)”

O blog Valor Investe divulgou dados mais promissores sobre a questão: “A inflação oficial brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), caiu 0,68% em julho, após alta de 0,67% em junho. É o maior recuo mensal de toda a série histórica do índice, iniciada em 1980. O resultado foi puxado pela queda de 15,48% no preço da gasolina.”

Apesar dos desafios que o mercado reserva para o segundo semestre, muitas são as oportunidades que estão surgindo.

Oportunidades para a indústria da moda

Começamos o ano com crescimento do mercado online brasileiro, como divulgou o blog Terra: “Setor de vendas do mercado online brasileiro cresceu 20,56% em janeiro de 2022, na comparação com o mesmo período do ano passado; no mesmo período, o ramo de moda movimentou R$ 63,7 milhões.”

Outro setor que demonstrou crescimento em maio deste ano conforme o blog da revista Exame foi o de “vestuário e calçados com alta de 3,5% no mês, vinculado ao setor de calçados e tênis esportivos.” de acordo com a pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE.

Além deles, o site do G1 noticiou ainda uma alta considerável de 10% no setor de moda Plus Size que “já movimenta R$ 6 bilhões no Brasil”. Este nicho já representa 25% do setor de vestuário no país e segue se desenvolvendo.

A inflação que demonstra estar se retraindo e a queda da taxa de inadimplência registrada em julho apontam que o segundo semestre começou conseguindo reverter mesmo que lentamente os desafios enfrentados neste ano. Com novas demandas surgindo e alguns nichos demonstrando crescimento, a indústria de moda brasileira deve se aproveitar das datas comemorativas, e da Black Friday do segundo semestre para garantir números ainda melhores para o ano de 2022.

 

Postagens Recentes

Comece a digitar e pressione Enter para pesquisar

Bitnami